GREVE DE 24 HORAS | SEXTA-FEIRA, DIA 7
Esta paralisação resulta da intransigência da administração em responder positivamente às reivindicações dos trabalhadores, que recusam receber “migalhas”, numa empresa que, em 2023, obteve um resultado líquido positivo de mais de 600 mil euros… mas que distribuiu dividendos de 730 mil euros (!), o que significa uma clara e preocupante descapitalização.
Em finais de Maio, o STAL reuniu-se com a administração da Resinorte, para discutir diversas matérias do "caderno reivindicativo” dos trabalhadores, nomeadamente o aumento dos salários e dos subsídios de refeição, transporte e de risco; a valorização das categorias e das carreiras profissionais; horários de trabalho e o trabalho extraordinário; combate ao assédio laboral; e a celebração de um Acordo de Empresa.
Dessa reunião resultou uma verdadeira… "mão cheia de nada"! A administração limitou-se a "sacudir a água do capote", apresentando as desculpas de sempre: contas reguladas, valores aprovados pela ERSAR, necessidade de esperar o próximo período regulatório (três anos) para responder às reivindicações dos trabalhadores…
Mas, vejamos: em 2023, a empresa (do Grupo EGF, que teve cerca de 10 milhões de euros de lucros) obteve um resultado líquido positivo de 605.930,74 euros (tendo o lucro antes dos juros e impostos crescido 140% face a 2022). E decidiu distribuir dividendos no valor de 730.396 euros! Ou seja, optou-se por descapitalizar a Resinorte, em vez de se reinvestir na empresa e nos trabalhadores, o que é inaceitável, face ao importante contributo destes – com o seu árduo trabalho, empenho e dedicação – para os resultados. Em suma, enquanto os trabalhadores “apertam o cinto”, os accionistas enchem os bolsos…
É INACEITÁVEL O DESRESPEITO PELO ESFORÇO DOS TRABALHADORES!
Os problemas que afectam o quotidiano dos trabalhadores da Resinorte vão além das questões remuneratórias. O STAL, estrutura representativa dos trabalhadores, é constantemente desrespeitado pela administração, que tenta isolar os trabalhadores através de medidas como o "Acordo de Adaptabilidade Individual", intensificando assim a exploração.
O STAL e os trabalhadores estão, como sempre estiveram, disponíveis para analisar e negociar as propostas da Administração. Porém, rejeitam quaisquer propostas de actualização salarial ao nível da “esmola”, numa empresa que reúne condições para proceder à devida e justa valorização de quem, com o seu árduo trabalho, empenho e dedicação, muito contribui para os resultados positivos obtidos.
Os trabalhadores e o STAL estão cientes do impacto desta justa acção de luta junto das populações, que é da exclusiva responsabilidade da administração da Resinorte, e apelam à solidariedade da população e de todos os trabalhadores, reafirmando que a luta é determinante para defender e conquistar mais direitos, melhores salários e condições de trabalho. E reafirmam que o reforço de Serviços Públicos de qualidade implica trabalhadores valorizados e respeitados profissionalmente.