TRABALHADORES DAS AUTARQUIAS DÃO FORÇA À LUTA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Milhares de trabalhadores da Administração Local e do sector empresarial concentraram-se esta sexta (dia 17) junto ao Ministério de Finanças para fazer ouvir o seu protesto, defender os seus direitos e exigir melhores salários e condições e de trabalho.
Esta acção de luta, com greves em vários sectores, reuniu milhares de trabalhadores da Administração Pública de todo o País, que desfilaram entre a Praça da Figueira e o Terreiro do Paço para manifestar, junto ao Ministério das Finanças, o seu profundo descontentamento face às políticas de empobrecimento prosseguida pelos sucessivos governos, e para exigir a aplicação das medidas que constam da «PRC2024», que contém soluções para os problemas que os trabalhadores da Administração Pública enfrentam, designadamente o aumento intercalar dos salários; salário mínimo de 1000€ ainda em 2024; subsídio de refeição de 10,50€; revogação do SIADAP; reposição e valorização de todas as carreiras; e contribuições de 1,5% para a ADSE em 12 meses, entre outras medidas.
A forte adesão à «Jornada Nacional de Luta», convocada pela Frente Comum, é bem revelador da mobilização e da determinação dos trabalhadores – nomeadamente da Administração Local e Regional, e das empresas municipais e concessionárias – em defesa dos seus direitos, e da rejeição da exploração e do empobrecimento geral, devido às políticas de direita adoptadas pelos anteriores governos do PSD/CDS e do PS, as quais, aliás, estão bem patentes no programa do actual Governo PSD/CDS (cujas primeiras medidas, como a tão propalada alteração dos escalões do IRS – que favorecia os salários mais altos – não deixam enganar), que não responde às necessidades e exigências que se colocam, como fragiliza ainda mais a situação dos trabalhadores e pensionistas, neste quadro de elevado custo de vida.
O STAL e os trabalhadores reiteram que é urgente inverter o actual modelo de baixos salários e de vínculos precários, reafirmando a necessidade de valorização do trabalho e dos trabalhadores, nomeadamente com o aumento dos salários e emprego com direitos.
GOVERNO PSD/CDS: UM “ROTUNDO E ABSOLUTO ZERO”
O coordenador da Frente Comum (Sebastião Santana) justifica esta jornada de luta dos trabalhadores da Administração Pública com a "frustração de expectativas" e “uma ausência absoluta de respostas aos trabalhadores”; considerando que "é um rotundo e absoluto zero o que este Governo tem para oferecer" e que os trabalhadores não podem “ficar à espera de um Orçamento do Estado, nem de 2025, para fazer face a necessidades que se agravam de dia para dia".
Na intervenção de encerramento desta concentração em Lisboa, Sebastião Santana enalteceu a luta dos trabalhadores da Administração Pública pelos seus direitos, por mais e melhor emprego, por melhores salários, e pelo reforço dos Serviços Públicos; reafirmou que “a luta não se faz em promessas, e a prova disso é já este dia de greve”, que considera tratar-se de "um sinal de aviso à navegação" ao Governo, e garantiu que "os trabalhadores não se irão retrair no desenvolvimento da luta".