A MAIOR GREVE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DOS ÚLTIMOS ANOS
Os trabalhadores das Autarquias e das empresas concessionadas deram um forte contributo para esta grande paralisação e dizem “Basta!” ao empobrecimento e ao agravamento das condições de vida. A forte adesão à Greve Nacional desta sexta-feira é um sinal claro da sua unidade e determinação em prosseguir a luta para reverter as políticas de direita que o governo PS insiste em aplicar e exigir mais direitos, melhores salários e melhores condições de trabalho.
Na Administração Local, a paralisação de hoje – que arrancou ontem, ao início da noite, com uma adesão acima dos 90% nos serviços de recolha de resíduos em vários concelhos do País – afectou de forma significativa ou encerrou muitos serviços e equipamentos municipais; juntas de freguesia, escolas básicas e jardins de infância, sectores operacionais, administrativos e técnicos, serviços de água e saneamento, piscinas, bibliotecas, refeitórios, fiscalização, lojas de cidadão, empresas municipais, e pela paralisação da recolha de resíduos, higiene urbana e transportes urbanos municipais e escolares.
Os dados registados demonstram o profundo descontentamento e o sentimento de revolta dos trabalhadores da Administração Local face às políticas de direita adoptadas do governo PS (com a conivência do PSD/CDS, da Iniciativa Liberal e do Chega), que têm conduzido ao seu empobrecimento e ao agravamento das condições de vida de quem vive do seu salário ou da sua pensão, cada vez mais insuficientes para fazer face ao brutal aumento do custo de vida.
Esta forte adesão é também reveladora de que os trabalhadores estão unidos e determinados em prosseguir a luta em defesa das exigências que constam da «Proposta Reivindicativa Comum» para 2024, que a Frente Comum apresentou ao Governo, de que destacamos:
• Aumento não inferior a 15%, no mínimo 150€ para todos;
• Salário mínimo de 920€ em Janeiro, atingindo os 1000€ ainda em 2024;
• Subsídio de refeição de 10,50€;
• Correcção real e justa da Tabela Remuneratória Única;
• Reposição das carreiras, índices remuneratórios e dos seus conteúdos profissionais específicos, e contagem de todo o tempo de serviço;
• Revogação do SIADAP e sua substituição por um sistema de avaliação sem quotas, formativo, transparente, equitativo e justo.
HÁ DINHEIRO. O GOVERNO QUE SE DEIXE DE “CONVERSAS”!
Os trabalhadores estão a ser confrontados com uma proposta do Governo para actualização salarial em 2024 que resulta do “acordo” assinado com as estruturas da UGT em 2023, e que a Frente Comum rejeitou, com a realidade a demonstrar que se tomou a decisão certa.
É que a degradação do poder de compra dos trabalhadores e pensionistas da Administração Pública – particularmente os da Administração Local, que auferem os salários mais baixos – acentuou-se nos últimos anos, atingindo mínimos insuportáveis.
Em contraste, a receita fiscal aumentou 9,2% até Julho (para 30,9 mil milhões de euros), e os lucros das 20 principais empresas nacionais são de 25 milhões de euros… por dia. À custa dos trabalhadores, pensionistas/reformados e suas famílias, e sem que o governo PS os tribute ou defina preços máximos nos bens essenciais. E sem que aplique esse dinheiro onde mais falta faz: na valorização dos salários e no reforço dos Serviços Públicos e das Funções Sociais do Estado.
A Direcção Nacional do STAL saúda, calorosamente, todos os trabalhadores das Autarquias pela forte adesão à greve convocada pela Frente Comum, bem como delegados, activistas e dirigente sindicais, cujo empenho foi essencial para o sucesso desta luta, que prossegue já no dia 11 de Novembro, na Manifestação Nacional convocada pela CGTP-IN, em Lisboa e no Porto.
Dados de adesão em actualização permanente na página do STAL