ConcentraçaoCPPC 16Fev2023 Lisboa 394c5

Contra a guerra, são as vozes da Paz que têm de ser ouvidas, antes que seja demasiado tarde! O caminho da morte na Ucrânia, na Palestina, na Síria ou no Iémen tem de ser interrompido. Mais do que nunca, é preciso reforçar e intensificar a luta pela Paz.

Sabemos que, aos donos do Mundo (ou seja, o grande capital), pouco importa o crescimento das desigualdades, da pobreza, da miséria e da guerra que condenam milhares de milhões de seres humanos à morte, ao sofrimento e à exploração mais abjecta.

Pelo contrário, o que verdadeiramente lhes interessa é o poder, o lucro e a guerra. E como sabemos, esta é um negócio altamente lucrativo. Basta acompanhar a actualidade sobre o que está a acontecer na guerra da Ucrânia. Dizem as notícias: “Fabricante alemã de tanques Leopard atinge máximos históricos em bolsa. Após a Alemanha ter anunciado que ia enviar 14 tanques Leopard para a Ucrânia, a fabricante germânica dos veículos sobe quase 2% em bolsa, atingindo máximos de sempre.”

O mesmo acontece do outro lado do Atlântico, onde os lucros são ainda mais astronómicos: uma das líderes mundial de fabrico de armamento, a Lockeed Martin (que fabrica o avião de caça F-35, blindados ligeiros, mísseis, entre outros) tem visto os seus títulos valorizar à medida que os governos ocidentais anunciam o reforço na defesa. Desde o início do conflito, esta empresa norte-americana valorizou 18% e o seu valor de mercado ronda os 125 mil milhões de dólares!

E às multinacionais de armamento juntam-se as petrolíferas, os gigantes da distribuição alimentar e os bancos, que anunciam resultados históricos à custa do empobrecimento e das privações de quem trabalha.

COM AS SANÇÕES QUEM SE “LIXOU” FORAM OS POVOS

Como já sabemos, o capital e os seus defensores não se preocupam como vive quem trabalha, mas sim como pensa, e é por isso investem e gastam vários milhões para influenciar, manipular e convencer que este é o único e inevitável caminho. Quiseram, e querem, convencer-nos que as sanções económicas contra a Rússia eram essenciais para mudar o curso dos acontecimentos, mas quem se “lixou” foram os povos, como a realidade confirma todos os dias e os próprios responsáveis são obrigados a admitir. Quiseram, e querem, convencer-nos que o envio de mais armas para a Ucrânia, cada vez mais letais, são o caminho para a Paz, quando isso só conduzirá a mais destruição, mais perda de vidas humanas e a uma perigosa escalada militar, com consequências imprevisíveis, quando aquilo que é urgente e indispensável é criar as condições que permitam o desenvolvimento das negociações com vista a encontrar uma solução pacífica para este dramático conflito.

Contra a guerra, são as vozes da Paz que têm de ser ouvidas, antes que seja demasiado tarde! O caminho da morte na Ucrânia, na Palestina, na Síria, no Iémen tem de ser interrompido. Mais do que nunca, é preciso reforçar e intensificar a luta pela Paz, como justamente tem sublinhado o CPPC - Conselho Português para a Paz e Cooperação, que lançou o lema: “Pela Paz, todos não somos demais!”.


INGLATERRA: Luta por melhores salários e contra a alteração da lei da greve
Uma grande contestação juntou mais de meio milhão de trabalhadores para reivindicar melhores salários (para fazer face ao brutal aumento do custo de vida de 14%, enquanto os lucros das multinacionais disparam) e melhores condições de trabalho (em particular nos sectores da Saúde e Educação, cujos profissionais estão esgotados em resultado da pandemia e da insuficiência de trabalhadores); além de contestarem a proposta do governo conservador de alterar a lei da greve (uma das mais restritivas na Europa e que visa impor serviços mínimos em áreas como a Saúde, Educação e a Protecção Civil sem qualquer negociação com os sindicatos). Apesar das tentativas de isolar o movimento sindical britânico e dividir os trabalhadores, estes continuam unidos e determinados.

FRANÇA: Milhões rejeitam o aumento da idade de reforma
Milhões de trabalhadores e estudantes contestam os planos do governo de Macron de reformar o sistema de pensões. As estruturas sindicais opõem-se ao aumento da idade da reforma de 62 para 64 anos, e dos anos de contribuição necessários para obter a reforma completa, que passa para os 43. Isto, quando o Conselho Consultivo de Pensões garante que o financiamento do sistema de pensões não está ameaçado. Os sindicatos estabeleceram planos alternativos, como apoios aos trabalhadores na faixa dos 50 anos para permanecerem no trabalho por mais tempo, salientando que a reforma precisa de responder aos que desempenham tarefas árduas e perigosas.

PAÍSES BAIXOS: sector dos resíduos em luta por aumento salarial
O sindicato do sector dos resíduos exige um aumento de 12% e uma compensação geral pela inflação, enquanto os empregadores contrapõem um aumento de 5% em Fevereiro de 2023, e 3% em Abril de 2024. A luta envolve paralisações e greves nos municípios de Amsterdão, Tilburg, Roterdão.

ESPANHA: Salário mínimo sobe para 1080 euros
As organizações sindicais e o governo espanhol chegaram a acordo para aumentar o salário mínimo nacional (SMI) em 8%, passando assim para os 1080 euros (pago durante 14 meses), com efeitos retroactivos a 1 de Janeiro. Esta medida irá beneficiar cerca de dois milhões e meio de trabalhadores.

GRÉCIA: greve nacional nas autarquias para exigir condições de SST
A morte de uma trabalhadora (de 45 anos e mãe de cinco filhos) no camião de lixo em que trabalhava motivou o forte protesto dos trabalhadores das autarquias contra a ausência de medidas de Segurança e Saúde no Trabalho. A trabalhadora que perdeu a vida não tinha seguro, e a autarquia, explorando “brechas” legais, “contratou-a” quando já havia perdido a vida! Em Atenas, o Sindicato dos Trabalhadores das Autoridades Locais promoveu a ocupação simbólica dos escritórios da Inspecção do Trabalho, onde os trabalhadores colocaram uma faixa gigante com a denúncia: “64 trabalhadores mortos - milhares de aleijados. Governos - Presidentes de Câmara mandam-nos para a morte – a Inspecção do Trabalho ausente. Todos em greve”.

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